Descrição elaborada com vários
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Descrição elaborada com vários
Helena sempre foi uma pessoa calma e alegre, que gostava de andar ao sol. O cabelo era preto e brilhante, entre o curto e o comprido, e era dona de um sorriso deslumbrante, de uma sinceridade e pureza inquietantes, como uma estrela da mais cobiçada carpete vermelha de Hollywood. Costumava dizer, meio a sério, meio a brincar "o meu maior defeito é ser demasiado perfecionista". Aproveitava ao máximo os prazeres que a vida oferecia, uma consequência do seu pensamento em relação à vida: "Se tudo já está escrito, se as nossas escolhas já estão feitas, quero ocupar-me de tudo o que me alegre. Tenho que aproveitar enquanto ainda estou viva".
A sua pequena biblioteca também serviu como escola. Ensinou os primos mais novos a ler e depois tomou-lhe o gosto. Ensinava vizinhos, filhos de amigos e até idosos que quisessem aprender. Não chegou a ir para a Universidade e concretizar o almejado desejo de ser professora. O cancro chegou antes.
Ninguém a veio ver, ninguém se lembrou dela, de quem tinha sido e o que tinha feito. Sem visitas, sozinha, bonita e jovem a morrer lentamente numa cama, o seu único alívio eram as enfermeiras apressadas com quem trocava meia dúzia de palavras e os medicamentos que estas lhe traziam. Mas até ao fim, sempre sorriu. Nunca se importou por não ter ninguém ao lado, ou talvez acalentasse ainda a esperança que alguém viesse por ela. Talvez fosse por isso que a encontrava sempre, fosse dia ou noite, de sobrolho franzido e boca torcida, olhando pela janela ao lado da cama, com a tristeza própria dos abandonados.
A sua pequena biblioteca também serviu como escola. Ensinou os primos mais novos a ler e depois tomou-lhe o gosto. Ensinava vizinhos, filhos de amigos e até idosos que quisessem aprender. Não chegou a ir para a Universidade e concretizar o almejado desejo de ser professora. O cancro chegou antes.
Ninguém a veio ver, ninguém se lembrou dela, de quem tinha sido e o que tinha feito. Sem visitas, sozinha, bonita e jovem a morrer lentamente numa cama, o seu único alívio eram as enfermeiras apressadas com quem trocava meia dúzia de palavras e os medicamentos que estas lhe traziam. Mas até ao fim, sempre sorriu. Nunca se importou por não ter ninguém ao lado, ou talvez acalentasse ainda a esperança que alguém viesse por ela. Talvez fosse por isso que a encontrava sempre, fosse dia ou noite, de sobrolho franzido e boca torcida, olhando pela janela ao lado da cama, com a tristeza própria dos abandonados.
sararuas- Mensagens : 3
Data de inscrição : 16/11/2012
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