Escrita criativa
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Exercício - Criação de uma biografia e de uma carta

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Mensagem  Admin Dom Nov 04, 2012 11:01 am

Biografia

23 de setembro de 1894
Queridos fãs que me amam,

Aqui deixo a biografia de um morto – os meus pensamentos e introspeção.

Nasci a 27 de setembro de 1832 numa pequena terra que apenas me maltratou até aos doze anos. Trabalhei sob o sol abrasador até ganhar a coragem que me levou a fugir para longe do homem horrível que era meu pai.
Fui para onde os pés me levaram. A sorte quis que fosse para a casa de Francisco de Gomes Rita, poeta e escritor conceituado de minha meninice. Com a ajuda deste verdadeiro pai me fiz escritor, aperfeiçoei o pouco que sabia da escrita. Com roupas lavadas, cara limpa e dinheiro nos bolsos, onde antes havia poeira e um ou outro seixo para brincar, me fiz escritor.
Entrei no jornal onde trabalhei até não poder mais, A Gazeta, o lindo e glorioso jornal da capital. Quando era moço fazia notícias sobre os políticos e as coisas belas desta cidade, mas esse interesse morreu com o degradar das coisas. Comecei a ver na boca dos políticos as mentiras, nas artes os crimes e perversidades dos homens não tão diferentes de mim.
Talvez como meu verdadeiro pai, Sr. Dono Francisco Rita, me tenha tornado mulherengo, mas não consigo negar as saias longas das mulheres que escondem prazeres tão ricos. Ainda me lembro de como meu pai me levou à primeira mulher que conheci carnalmente, que saudades dos meus 15 anos, onde tudo soava bem e era bom.
Nunca soube de filhos até há pouco tempo, quando uma mulher de seu nome Fortunata Antonieta me encontrou, ia eu a caminho de uma notícia. Tinha ar de mulher de rua, mas garantiu-me que não o era. Jurava a pés juntos que tinha uma filha de seu nome Josefina que era minha mas não quis, nem quero, saber. Após a minha morte suspeito que aparecerão muitas mais destas Josefinas e Fortunatas. Pois sei muito bem que o dinheiro fala alto e tendo eu visto tão recentemente a morte de meu pai Sr. Dono Francisco Rita e, deste modo, herdado toda a sua fortuna, acredito ser alvo de muitas destas mulheres procurando alguém que lhes dê uma boa vida. Poderão alguns destes filhos e filhas ser meus, mas nem isso me interessa, morrei com meu agora filho do campo que educarei tal como meu pai me educou a mim.
Aqui e assim deixo uma pequena memória de minha vida, que venha esta carta a ser publicada, como tantas outras com minha magnífica obra. Morrerei feliz com a certeza de que não serei esquecido.


José Alberto de Almeida.


Carta

25 de março de 1902

Começar esta carta com querido ou pai seria ridículo, Sr. José de Alberto Almeida. Soube, faz hoje nove dias, que era o senhor meu verdadeiro pai. Fui criada como qualquer outra boa moça com minha mãe e meu avô. Sempre me mentiram dizendo que meu pai havia falecido quando era demasiado menina para me lembrar. Minha mãe, envergonhada e desgostosa, num último suspiro, que a morte permitiu antes de a levar, confessou-me seu nome, o nome do miserável que a havia emprenhado e desflorado, obrigando assim a nossa família a mudar-se da bela terra que era Lisboa.
Não compreendo como conseguiu ela mentir-me de forma tão perfeita sobre o homem que o Sr. era ou devia de ser. Ela falava sempre de forma tão alegre, tão feliz como se houvesse boas recordações. Como eu não a compreendo! Procurei saber de si e, fiquei feliz, quando soube de si morto.
Porque não havia nada mais simpático a dizer de si, descreveram-no como insípido, nojento, rude com tudo e todos, narcisista ao ponto de escrever uma carta antes de morrer a contar os seus feitos àqueles que o amavam. Teve ainda a ousadia de incluir em tal carta o nome de minha mãe e meu próprio e a forma como nos ignorou.
Tenho vontade de lhe bater Sr. José Almeida, de o espancar com todas as minhas forças e espalhar seu cadáver por cada região deste país, dividindo, como diz o povo, o mal pelas aldeias. Mas a verdade é que está morto, já nada lhe posso fazer, adeus querido miserável.

Sem amor ou cumprimentos,
Jamais os merecerá.

Da tua filha Josefina


Dulcineia Dias aluna 44934

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